‘Nós viramos a piada do mundo’, comenta Arnaldo Jabor.

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ARNALDO JABOR-1Arnaldo Jabor comenta a comissão do impeachment de Dilma, denúncias
contra Eduardo Cunha e a incógnita em relação ao futuro do Brasil.
Leia abaixo a íntegra do comentário de Arnaldo Jabor:
O Brasil está precisando de fatos. Só temos “fatos-talvez”, “quase-fatos”, “fatos-desmentidos”, fatos que morrem esquecidos na praia. Alguma coisa tem de acontecer. Qualquer coisa. Estamos paralisados entre vários delírios pessoais. Não são apenas partidos ou ideologias, mas indivíduos narcisistas, fulanos vaidosos, elementos que jogam com a crise em proveito próprio.
O espantoso Cunha controla o país para não ser cassado, Dilma para não ser impichada, Lula para salvar sua imagem. No fundo de seu coração brizolista, Dilma acha que não fez nada, diante do país destroçado, Lula adora seu calvário, pois, com ou sem impeachment, o lucro poderá ser só dele. Se houver, ele vira o mártir dos fascistas. Se não houver, ele se instala no Planalto dizendo que vai salvar a pátria até 2018.
E Cunha? Esse só sairá com aquele ejetor de avião que o jogue por cima das cúpulas do Congresso. Nós viramos a piada do mundo. Estamos em todas as manchetes do planeta.
O nosso vexame internacional tem algo de caricato. Estamos sendo vistos hoje como um país de trapalhões. Não merecemos nem a condenação, mas as gargalhadas.
É preciso que algo aconteça urgentemente porque o grande risco é termos perdido os instrumentos para a recuperação administrativa e institucional. Esse é o drama: “Como fazer a regeneração do país? E mais, quem vai fazer? Só nos resta cantar: “Quem vai reinventar o Brasil?”.