Após ver os nove vereadores da Câmara Municipal serem presos por desvio de dinheiro público, a pequena cidade de Centralina, com pouco mais de 10 mil habitantes, em Minas Gerais, chegou a ficar sem nenhum vereador no final de Janeiro.
A população de Centralina, no Triângulo Mineiro, está de esperanças renovadas, a moralização da política local era um antigo sonho da comunidade. Segundo o Ministério Público, os vereadores bolaram um esquema para receber diárias por viagens para Uberlândia, Brasília, Belo Horizonte, que não foram feitas. Sem sequer sair da cidade, conseguiam declarações falsas, apresentavam e pegavam o dinheiro. Por uma diária para a capital mineira, por exemplo, cada vereador recebia, por dia, R$ 700.
Alguns vereadores chegaram a receber quase R$ 30 mil por ano só com diárias. Somado, o desvio no esquema ultrapassa os R$ 200 mil.
“A própria forma como eles agiam, os documentos que eles apresentavam e essas compras muito longe da realidade demonstram que havia uma certeza absoluta uma convicção absoluta, de que nada seria feito”, diz o promotor Daniel Marota Martinez.
Oito vereadores fizeram um acordo de colaboração com o Ministério Público e vão responder em liberdade. Eles se comprometeram a devolver o dinheiro e renunciaram aos mandatos.
De acordo com informações, os suplentes já estão há mais de 20 dias no cargo, os debates dos projetos e a atenção dada a comunidade de Centralina pelos novos parlamentares tem arrancado muitos elogios.