Olá leitores amigos de nossos blogs!!
Este blogueiro de vocês, cumpre o doloroso dever de compartilhar aqui no espaço de nosso modesto blog a justa;muito justa e justíssima homenagem póstuma ao abnegado extensionista ex- colega da EBDA, Dr. José Hugo Félix Borges, muito bem dissertada pelo bom companheiro também ex-colega Erinaldo Bezerra da Silva. Para aqueles que não sabiam, Deusimar- O homem forte das abelhas de posse de suas irreverências, sempre tratava o mestre Zé Hugo, de forma carinhosa e mais por merecimento , de o Dr. dos bodes e dos carneiros, a esperança do semiárido de nossa linda e extensa Bahia. Uma certa feita, numa movimentada reunião técnica do Programa Cabra Forte, disse de público aos participantes da referida reunião, que ninguém duvidasse da capacidade profissional do mestre Zé Hugo, como ele seria capaz de obter um certo resultado genético, se alguém o entregasse uma matriz de veado da fauna do bioma caatinga e um reprodutor caprino seja de que raça fosse. Dos três manejos de caprinos e ovinos: alimentar;sanitário e reprodutivo, este último, era o da maior paixão. e de maior domínio do grande mestre, que inclusive, sempre mantinha a fazenda experimental da EBDA no distrito de Pilar- Jaguarari, produzindo caprinos e ovinos com qualidade genética de alta linhagem. Eternas saudades do grande e inesquecível mestre.
CONTRIBUIÇÃO DO SEMPRE AMIGO:
José Deusimar Loiola Gonçalves
Apicultor;Meliponicultor; Ex- Diretor de Comunicação da FEBAMEL; Vice- Presidente da AMAMOS-Associação dos Meliponicultores e Apicultores de Monte Santo, e Pós Graduado em Gestão e Educação Ambiental
O ADEUS A UM GUERREIRO!
Familiares e Amigos de José Hugo
“Numa tarde bem tristonha, gado muge sem parar, lamentando seu vaqueiro que não vem mais aboiar”. Assim Luiz Gonzaga, que sempre exaltou as coisas do sertão, as belezas do Nordeste, o drama e o sofrimento do sertanejo, se expressava ao cantar… A morte do vaqueiro.
Transportando isso para os dias atuais, sentimos e comungamos da dor de uma família e de amigos pela perda irreparável de um cidadão sertanejo, de personalidade forte, sério, determinado, um profissional competente que nos trazia alegria, e que nos deixou na última quarta feira. Estamos falando do nosso companheiro, amigo e por que não dizer irmão… José Hugo Felix Borges.
José Hugo veio a este mundo no ano de 1945 em Poço de Fora, Distrito de Curaçá, localidade situada no Semi-Árido Nordestino, e tinha completado 71 anos de idade, no último dia 29 de abril. Trazia em suas veias o sangue do caboclo sertanejo, cheio de energia, de vigor, de muito amor a família e a vontade que sempre o acompanhou… Vencer na vida.
Filho de pais, também sertanejos, humildes, íntegros e verdadeiros, José Hugo teve uma infância difícil, mas alegre e feliz, uma adolescência de incertezas e sonhos e uma vida adulta cheia de desafios e conquistas. Passou certo tempo da sua vida a ajudar aos pais na exploração de caprinos e ovinos, naquela época, principal fonte de renda dos pequenos agricultores. Entre os desafios e conquistas, estava o de estudar, de cursar o ensino superior e descobrir o mundo da ciência. Graduado em Agronomia pela FAMESF em 1974, viu o seu ideal concretizado e se tornou um grande profissional. Na EMATER-BA e na EBDA conseguiu destaque pelos seus conhecimentos na área de Pecuária, notadamente no Programa da Caprinovinocultura tendo coordenado e executado, com brilhantismo, os trabalhos realizados nos Escritórios de Uauá e Juazeiro e na Estação Experimental de Caraíba no Distrito de Pilar.
Era um Técnico habilidoso, qualificado e, sobretudo de conduta ilibada. Pela sua simplicidade e humildade, não se considerava melhor que os outros, mas para os seus amigos, profissionais como ele, existia naquele ser humano, algo excepcional. José Hugo era de fato e de direito um Técnico diferenciado. Tinha em seu poder, não só informações emanadas dos livros e dos ensinamentos dos seus mestres ou professores, mas acumulava no seu interior, a experiência, o poder de transmitir conhecimentos e, sobretudo, a sabedoria. Sabedoria que não tem preço e que não encontramos nos livros ou compêndios. Sabedoria obtida dos seus conhecimentos pessoais como criador de caprinos e ovinos, da experiência dos seus pais e demais antepassados com o lidar do rebanho, tudo isso, conquistado no diálogo, no bate papo e nas conversas que tinha diariamente com o seu povo, como gostava de chamar. Era uma troca de experiências, de permuta de informações com agricultores e criadores, estes, verdadeiros sábios. Dali se efetivava a criação de um acervo de conhecimentos, um legado de informações de muita utilidade e valor, que vão se perpetuar por toda a vida.
José Hugo tinha verdadeira idolatria pela sua terra natal, Poço de Fora, pois era parte do seu universo de vida. Ali ele podia relembrar os bons tempos, ao admirar o verde da caatinga, ver o mandacaru florando e anunciando o inicio das chuvas e ouvir o cantar dos passarinhos. Admirar os animais soltos no pasto, o tilintar dos chocalhos e dos berros dos seus bodes e carneiros. Gostava de sentir o calor humano do seu povo, conversar com os agricultores, compadres e familiares e de ver renascer a esperança com a chegada de novas chuvas. Isso o fazia viver bem e muito mais. Como sertanejo forte e esperançoso sonhava sempre com um novo amanhã.
Para quem não teve o prazer de conhecer o nosso estimado amigo e irmão José Hugo, ele não era somente o conhecedor de informações técnicas. Era um ser humano que tinha um grande coração, pois sabia cativar as pessoas e impunha o seu lado fraternal para agradar com seus papos interessantes e jocosos, com suas prosas e lorotas divertidas, utilizando os fatos do nosso dia a dia. A todo o momento ele conquistava à confiança, o carinho, a admiração e o amor de todos os que o cercavam, principalmente dos familiares e amigos.
Morre o homem, mas fica o exemplo de um ser humano que viveu para servir. Para ajudar de forma espontânea, pelo prazer da agradar as pessoas e de proporcionar felicidade a sua família, alegria e o bem estar a todos os agricultores e amigos.
José Hugo tinha uma grande paixão na vida. Falava muito da sua família e torcia pelo sucesso e ascensão profissional de todos. Amor especial a sua esposa Lucinha, aos seus três filhos: Camila, Ana Lucila, Leonardo e também para a mais jovem e querida integrante da família, sua neta Maria. Independente de sua vida profissional dedicava enorme atenção e tinha verdadeira adoração por todos. Para sua esposa, seus filhos, neta e amigos, José Hugo era só alegria e que hoje, é só saudade. Saudade de um homem que soube viver e educar os filhos, que conquistou amigos e que será eternamente lembrado por todos os que o estimavam.
Pelo seu trabalho, sua dedicação e amor a vida, os agricultores agradecem. Sua família se orgulha e seus amigos o terão sempre como exemplo de dignidade, ética, honestidade, muito profissionalismo e de amor ao próximo.
O guerreiro José Hugo partiu, foi para um novo mundo onde outros desafios o esperam. A presença dele aqui entre nós se eterniza nos gestos, no olhar, no carinho e amor de sua esposa e dos seus filhos. Isso deixa-nos alegres e felizes, como ele gostaria.
Lembremo-nos que o Deus Todo Poderoso na sua infinita bondade tem sempre um lugar reservado para os que são bons em servir e para os que cumprem com a sua missão aqui na Terra. A vez agora foi sua, companheiro e amigo! Permanece em paz, pois sua esposa e seus filhos saberão honrar o seu nome. Você que sempre foi e será sinônimo de coragem, de fé, esperança, alegria e amor.
Com estas palavras, a nossa homenagem e de seus amigos ao guerreiro José Hugo. São palavras simples, mas sinceras e verdadeiras, pois foram escritas com o coração.
E, finalizando, fica para reflexão a frase de um pensador: “Ame seus pais, ame sua vida e os amigos. Os pais porque são os únicos, sua vida porque é curta e os seus amigos porque são raros.”
Juazeiro, maio de 2016.
Fraternalmente,
Erinaldo e Valnizia