Ôxente, meu povo!
O que eu vou contar aqui é só a confirmação das histórias vividas nessa longa caminhada pela Extensão Rural Pública, nesse nosso chão baiano, quente, sofrido, mas cheio de beleza e valentia.
Depois de um tempinho lá em Salvador, cuidando dos “zóio” – e graças ao bom Deus, tá tudo certinho agora, viu? Melhorei cem por cento! – me bateu foi uma saudade daquelas.
Daquele tempo bão, de estrada, de gente de fibra, de missão no peito.
Foi aí que me veio a ideia de visitar uma figura que carrego com muito respeito e gratidão no meu coração: o doutor Abdon Jordão Filho, ex-presidente da nossa querida EMATERBA. Esse cabra foi quem assinou minha primeira carteira de trabalho, lá no distante 07 de abril de 1982. Ô dia bonito foi aquel
E como a prosa lá em casa é sempre sobre as abelha sem ferrão – as meliponas, que a gente chama – levei de presente pro meu primeiro patrão (que, diga-se de passagem, é patrão de muita gente boa que passou pela EBDA), três caixinhas vazias, próprias pra começar uma criação da uruçu, essa danadinha que só dá mel bom.
Já tentei criar essa bichinha aqui em Monte Santo, bem no coração do nosso sertão esturricado de sol, mas nunca deu certo não. A uruçu gosta é de sombra e frescor, e aqui o que tem é calor de derreter sola de bota. Como essas caixas tavam só ocupando espaço e sem serventia por aqui, achei por bem entregar a quem vai cuidar com carinho. E se tem cabra que entende de abelha e de cuidar do que é da terra, esse é o doutor Abdon.
Agora pense numa surpresa boa! Nesse reencontro, ainda tive a alegria de conhecer o senhor Abdon Jordão Neto, que é apicultor também, igual a eu. O sangue bom corre forte nessa família, viu?
As fotos tão aí pra provar: o doutor Abdon ficou agradecido de verdade, emocionado que só. E eu, que sempre me achei forte feito mandacaru em tempo de seca, não aguentei não. Quando escutei aquelas palavras bonitas, cheias de memória e sentimento, pronto… desabei. Foi um chororô que veio lá do fundo da alma, molhou o rosto e alagou os zóio, justo eles que agora tão enxergando que é uma beleza.
E assim foi, minha gente: um encontro de saudade boa, de abelha que não machuca e só adoça a vida, de emoção e gratidão sincera.
Com o coração cheio,
José Deusimar Loiola Gonçalves – Técnico em Agropecuária- Ex-Funcionário Publico do Governo do Estado de nossa linda e extensa Bahia – Graduado em Administração de Médias e Pequenas Empresas – Licenciado em Biologia – Pós Graduado em Gestão Educação Ambiental e Tecnólogo em Apicultura e Meliponicultura.
Parabéns Parceiro Deusimar!
Este artigo é digno de aplausos pelo seu gesto que lhe é peculiar.
Ah, colega e amigo Deusimar das Abelhas, você é uma figura… renovo os agradecimentos pelo seu generoso reconhecimento, pela visita e lembrança das caixas para abelhas “Uruçu”. Fiquei também satisfeito pelos bons resultados que obteve nos diversos exames laboratoriais a que se submeteu. Estou acreditando que esses resultados promissores se devem também a boa dieta que você mantém, consumindo os produtos nobres e medicinais das abelhas (mel, geleia real, propolis e pólen). Faço uma observação pontual ao seu áudio acima. A minha filha Ursula é a primeira pessoa nascida neste nosso Condomínio Parque dos Flamboyants (e não a única), após os moradores receberem o “habits”. Na nossa residência, nasceram todos os quatro filhos, ainda que os “partos” tenham ocorrido em hospital de Salvador. Abraços de Abdon Filho
Doutor Abdon Jordão Filho, bom dia!
Reencontra-lo depois de muito tem e, posteriormente receber uma devolutiva como esta que o senhor fez, é muito gratificante para mim.
Para reafirmar a minha moção, lembrei de uma música (Os Uirapurus – Leva eu sodade) que realça muito bem esse nosso encontro.
A minha eterna gratidão
Deusimar das Abelhas
https://www.youtube.com/watch?v=wB-sOHD3ljM