Presidente da China – Xi Jinping – promete mais retaliações enquanto durar a guerra tarifaria – Noel Celis/AFP – No mercado financeiro, as notícias abalaram as bolsas do mundo. No Brasil, o Ibovespa fechou em queda.
A China anunciou que irá impor tarifas de 84% sobre os produtos importados dos Estados Unidos a partir desta quinta-feira (10). O anúncio é uma promessa feita por Pequim em resposta aos EUA após o presidente Donald Trump aumentar as tarifas sobre a importação de produtos chineses, incluindo uma taxa de 104%.
Em nota, o Comitê de Tarifas do Conselho de Estado em Pequim afirmou que “a escalada de tarifas imposta pelos EUA contra a China representa um erro sobre outro erro, violando gravemente os direitos legítimos da China e prejudicando o sistema multilateral de comércio baseado em regras”.
Em coletiva de imprensa nesta quarta (9), o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian, também posicionou o país asiático contra as medidas dos Estados Unidos. Jian afirmou que “o direito legítimo do povo chinês ao desenvolvimento não pode ser privado, e a soberania, a segurança e os interesses de desenvolvimento da China não devem ser violados. Continuaremos a tomar medidas firmes e resolutas para salvaguardar nossos direitos e interesses legítimos”.
Jian também classificou as tarifas dos Estados Unidos como “excessivas” exercendo “máxima pressão” sobre o país chinês. “A China se opõe firmemente e rejeita totalmente tal comportamento dominador e intimidador. Se os Estados Unidos realmente desejam resolver os problemas por meio do diálogo e da negociação, devem adotar uma atitude de igualdade, respeito e reciprocidade”, afirmou o porta-voz.
“Se os Estados Unidos ignorarem os interesses de ambos os países e da comunidade internacional e insistirem em travar uma guerra tarifária e uma guerra comercial, a China lutará até o fim”, concluiu.
As tarifas de 104% sobre os produtos chineses começaram a valer nesta quarta-feira (9). A taxa chegou nesse patamar após uma série de retaliações entre os dois países. Em fevereiro, os Estados Unidos anunciaram uma taxa de 10% sobre uma tarifa de 10% que já existia, chegando a 20%.
Em 2 de abril, em seu plano de tarifas recíprocas, Donald Trump elevou a cobrança para 54%. Em resposta, Pequim também impôs tarifas de 34% sobre os EUA. Agora, em mais um capítulo de retaliação, a Casa Branca subiu a taxa para 104%, e a China, para 84%.
No mercado financeiro, as notícias abalaram as bolsas de diversas regiões do mundo. No Brasil, que tem relações econômicas importantes com os dois países, o principal índice de ações da bolsa de valores, o Ibovespa, fechou em queda, com 123.932 pontos. O dólar chegou a bater R$ 6,20. As principais bolsas da Europa e da Ásia também fecharam em queda, bem como bolsa de valores de Nova Iorque.
Fonte: https://www.brasildefato.com.br – Colaborou Mauro Ramos, de Pequim – Editado por: Nathallia Fonseca.
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade
4 Comentários
Bom dia!
Aonde iremos chegar?
Qual será o limite de tolerancia?
Fala meu amigo Florisvaldo, essa é uma questão delicada!
Acredito que mais um importante capítulo da história está sendo escrito diante de nossos olhos. Essa não é apenas uma simples guerra comercial! A mídia brasileira vende a ideia como uma loucura do Trump. Entretanto, quando olhamos para o passado, percebemos que só as pessoas fora da curva (os loucos) conseguem fazer coisas grandiosas! Nos últimos 20 anos, os EUA assistiram de camarote à ascensão do império chinês. Quando se fala em relações comerciais, a China é predatória em todos os sentidos. Como não é uma democracia, se utiliza do trabalho escravo e dos métodos mais sujos para tornar seus produtos competitivos e inundar o mundo. Não há como competir com a China fazendo o básico ou o tradicional, e os EUA perceberam isso. Está visível que Trump quer redefinir o comércio global, porém o alvo é a China. De início, essa guerra vai gerar uma inflação sem precedentes. A China, que exporta meio trilhão de dólares por ano para os EUA, vai ter que procurar outros países para descarregar e inundar com seus produtos; consequentemente, alguns países podem começar a cobrar mais taxas sobre os produtos chineses, e o gigante asiático, que sempre andou em mar calmo, pode ter que enfrentar algumas tempestades. Quem vai vencer a guerra comercial? É impossível dizer! Porém, na minha visão, os EUA tomaram a atitude correta; eles não tinham alternativa. Ou agiam agora ou, em 3 ou 4 anos, seriam esmagados! Em relação ao Brasil, mais uma vez estamos diante de uma grande oportunidade; o problema é que temos uma marionete da China no poder.
Meu caro Editor, Florisvaldo.
Mesmo os maiores analistas econômicos e políticos do Mundo, estão em dificuldade, neste momento, de lhe oferecer uma resposta convincente.
É difícil acreditar que o Presidente de uma potência como os Estados Unidos esteja a exibir tanto descontrole e desequilíbrio, plantando inquietação e desespero entre as Nações!
Utilizar do poder que detém para implantar no mundo uma guerra de tarifas, é uma indignidade inconcebível!
Aquele que souber onde isso vai parar, avise ao FBI ou às Polícias Federais, porque alguém está praticando um crime!
Infelizmente tudo começar pela ganância, jogos de interesses e por aí vai. Os poderosos não se perdoam, então, vamos ver quem vai ceder! Quem vai perder já sabemos…