O simples ato de contemplar a ilustração acima, já nos enche de alegria pela visão do encantamento que essa festa nordestina oferece a todos que tem o privilégio de comparecer e participar da FESTA DE SÃO JOÃO. Em qualquer uma das cidades da Região Nordeste do Brasil, não importa o nível de importância econômica ou o tamanho das cidades, a grandeza da festa se revela na beleza de suas tradições culturais históricas, nas danças típicas e na delícia dos alimentos bem característicos, como o amendoim, o milho assado e cozido, a canjica, e os licores de múltiplas variedades.
Como se trata de uma festa com tradição mais interiorana, é notável a grande convergência de pessoas dos grandes centros para as cidades do interior dos Estados Nordestinos, sempre empolgados e encantados com o tipo das danças e onde as “Quadrilhas” se apresentam publicamente com muita arte e beleza, sem oferecer o perigo das existentes nas grandes cidades!
A título de informação aos leitores, vale ressaltar que a FESTA JUNINA – como é também conhecida -, se realiza, predominantemente, em nove Estados da Região Nordeste, ou seja: Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão. A população total da região foi estimada pelo IBGE em 2024, em 57 milhões de habitantes, equivalente a 26% da população total do País. Um número considerável e superior a muitos países.
A festa junina foi trazida para o Brasil pelos colonizadores portugueses durante o Século XVI. No passado, ela tinha um conceito religioso em homenagem a dois Santos Católicos: SANTO ANTÔNIO e SÃO JOÃO. Mas, segundo historiadores, sua origem é pagã. Mesmo sendo uma festa que faz parte do calendário de eventos de todo o País, ela se popularizou e se afirmou mesmo foi como uma festa típica da Região Nordeste, onde acontecem os maiores eventos juninos do Brasil.
Um fato que desperta a atenção e a curiosidade do cidadão brasileiro, mas ainda sem explicação plausível, é que a Nação convive com o estigma de que entre uma grande festa popular e outra, há sempre um escândalo de corrupção de repercussão e impacto nacional, tipo PETROLÃO, MENSALÃO e agora os DESCONTOS DO INSS. As festas não anulam os escândalos, mas oferecem aos bandidos envolvidos a benesse do esquecimento temporário, bem como o tempo necessário para o planejamento de novos crimes. A esse último escândalo, podemos, também, chamar de “DESCONTÃO DO SÃO JOÃO”.
Em outra crônica sobre o assunto já dei realce a essa situação e vale recordar um trecho: “Não se sabe a quem atribuir a idéia singular de estabelecer uma simbiose entre escândalos e festas, no Brasil. Parece uma coincidência até pacífica, porque sempre que o país está atormentado pelo anúncio explosivo de novos crimes contra a honra nacional, em que os cofres públicos são assaltados de maneira violenta e desavergonhada, logo em seguida o calendário sinaliza a chegada providencial de uma grande festa, que tem o poder de amenizar os impactos causados e mesmo conduzir ao esquecimento dos fatos revelados, temporariamente”. E essa realidade continua inviolável, parecendo com práticas já incorporadas aos usos e costumes da Nação brasileira, onde roubar é status e não vergonha, além de profissão já incorporada ao sistema.
Desfrutemos com alegria e descontração dos bons momentos festivos, sem, jamais, perder a esperança de um Brasil melhor e que ofereça dignidade de vida ao seu povo. Não nos esqueçamos da importante frase do pensador, médico e psiquiatra brasileiro Roberto Shinyashki: “Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado”. Então, por que não sonhar?
Desejo um bom São João a todos os nordestinos e, em particular, aos baianos espalhados por esse vasto interior de 417 municípios. Estarei curtindo com muito carinho o belo e tradicional São João da cidade de Uauá, no sertão baiano, durante esse alegre período.
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – Salvador–BA. formação Com Imparcialidade
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – Salvador–BA.
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade
6 Comentários
O editorial desta semana é um belo retrato da riqueza cultural das festas juninas no Nordeste, exaltando suas tradições, cores e sabores com sensibilidade e orgulho. Com olhar atento, o autor também aponta uma triste coincidência: entre uma grande celebração popular e outra, o país costuma ser abalado por escândalos de corrupção – como o Mensalão, o Petrolão e, agora, os vergonhosos descontos do INSS.
Essa reflexão nos provoca e nos faz lembrar que, mesmo em tempos festivos, não podemos perder a consciência crítica. Como disse o pensador Roberto Shinyashki: “Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado.” Que continuemos sonhando – e lutando – por um Brasil mais justo.
Ao escritor, desejo um São João alegre e iluminado na sempre acolhedora cidade de Uauá/Ba.
Caríssimo prof. Agenor,
Saúdo-lhe, uma vez mais, pelo texto e, certamente, ao seu lado – pois imagino que também tenha o mesmo temor – torço para que as belas e tão imprescindíveis manifestações culturais dos festejos juninos jamais venham a perecer, sobretudo o seu cancioneiro, ultimamente tão vilipendiado pelos rincões nordestinos! Que a sanfona e a zabumba sigam, soberanas, ecoando os autênticos acordes juninos!
Desejo um feliz São João, repleto de paz, saúde e alegrias. (Salvador-BA).
Parabéns, amigo, por mais uma belíssima crônica. Um feliz São João. Aproveitem bastante. (Salvador-BA).
A festa junina é uma tradição de décadas. No Nordeste cada vez mais fica atualizada, só que no início era em comemoração ao Santo São João, que hj mal falam a respeito. (Irecê-BA).
Muito boa a crônica, amigo.
Desde garoto sempre gostei das festas juninas, apesar de não terem a grandiosidade do Nordeste. Aqui no meu Rio de Janeiro, sempre tivemos o hábito de fazer a fogueira no quintal e soltar balões e fogos de artifício. Sem falar também da nossa canjica, cuscuz de tapioca com côco e outras guloseimas.
Talvez seja por isso, a minha paixão pelos festejos juninos do Nordeste, em especial a minha querida Maracás-BA. Que este ano, infelizmente não vou estar lá para aproveitar.
Um forte abraço e Viva São João! (Rio de Janeiro-RJ).
UM BELO ARTIGO. TUDO VERDADE E ATE PARECE QUE ESTAMOS DENTRO DA FESTA E DELICIANDO SUAS COMIDAS TÍPICAS. VIVA SÃO JOÃO!