Equipes de resgate correm contra o tempo para resgatar a publicitária brasileira Juliana Marins, de 26 anos, que se acidentou durante uma trilha no monte Rinjani, na Indonésia – Corpo de Juliana Marins, de 26 anos, foi encontrado pelas equipes de resgate nesta terça-feira (24) – quatro dias após queda em trilha do Monte Rinjani – Foto: Arquivo pessoal
O Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota nesta terça-feira (24) em que confirma, “com profundo pesar”, a morte da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, cujo corpo foi encontrado nas proximidades de um vulcão na Indonésia.
No último sábado (21), Juliana caiu em um penhasco na trilha rumo ao cume do Monte Rinjani, no país asiático. Foram quatro dias de operação de resgate, que, segundo o Itamaraty, foi dificultado pelas condições meteorológicas na região.
Nesta terça, a equipe de resgate conseguiu chegar até o local onde Juliana Marins estava, mas ela foi encontrada sem vida, segundo familiares.
Na nota divulgada, o Itamaraty disse que a embaixada do Brasil em Jacarta mobilizou as autoridades locais para o resgate e acompanhava os trabalhos de busca desde que foi informada da queda de Juliana no Monte Rinjani.
“O governo brasileiro transmite suas condolências aos familiares e amigos da turista brasileira pela imensa perda nesse trágico acidente”, afirmou o Itamaraty.
Embaixador foi enganado por imagens falsas
No último domingo (22), o Fantástico, da TV Globo, mostrou que até o embaixador do Brasil na Indonésia, George Monteiro Prata, repassou informações falsas à família de Juliana, acreditando serem verdadeiras.
Os relatos incorretos teriam sido passados por autoridades locais.
“Infelizmente, nem sempre recebemos, no início, as informações corretas. Foi o que me fez dizer que a equipe de salvamento já tinha chegado a ela, o que depois soubemos que não era verdade. Peço desculpas”, afirmou o diplomata à irmã de Juliana Marins, Mariana, em contato telefônico no domingo.
A tragédia
Natural de Niterói (RJ), Juliana era formada em Publicidade e Propaganda pela UFRJ e atuava como dançarina de pole dance.
Desde fevereiro, ela fazia um mochilão pela Ásia e já havia visitado Filipinas, Vietnã e Tailândia antes de chegar à Indonésia.
Na Ilha de Lombok, vizinha a Bali, fica o Monte Rinjani, vulcão ainda ativo que se eleva a 3.721 metros de altitude. Ao redor dele fica um lago.
O acidente com a brasileira ocorreu na madrugada de sábado (21) na Indonésia, meio da tarde de sexta (20) no Brasil. Juliana e mais 6 turistas pegaram a trilha, auxiliados por 2 guias, segundo as autoridades do parque.
A família de Juliana afirma que ela foi abandonada pelo guia por mais de 1 hora antes de sofrer o acidente.
“A gente descobriu isso em contato com pessoas que trabalham no parque. Juliana estava nesse grupo, porém ficou muito cansada e pediu para parar um pouco. Eles seguiram em frente, e o guia não ficou com ela”, disse a irmã, Mariana, em entrevista ao Fantástico.
“O guia seguiu com o grupo até o cume que eles iam alcançar, e Juliana ficou sozinha por mais de uma hora”, acrescentou Mariana.
Segundo informações do parque, Juliana teria entrado em desespero. “Ela não sabia para onde ir, não sabia o que fazer. Quando o guia voltou, porque viu que ela estava demorando muito, ele viu que ela tinha caído lá embaixo”, relata a irmã da brasileira.
Em entrevista ao jornal “O Globo”, o guia Ali Musthofa, de 20 anos, confirmou os relatos da imprensa local de que aconselhou a niteroiense a descansar enquanto seguia andando.
Ele afirmou, no entanto, que o combinado era apenas esperá-la um pouco mais à frente da caminhada.
Segundo Ali, que atua na região desde novembro de 2023 e costuma subir o Rinjani duas vezes por semana, ele ficou apenas “três minutos” à frente de Juliana e voltou para procurá-la ao estranhar a demora da brasileira para chegar ao ponto de encontro.
Repercussão
Em uma rede social, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, também lamentou a morte de Juliana, que classificou como “tristeza”.
“Estava acompanhando, torcendo, rezando por Juliana. Meus sinceros sentimentos a todos! O Brasil hoje lamenta e chora junto. Que ela descanse em paz”, disse a ministra.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), também prestou solidariedade aos familiares.
“Lamento profundamente a morte e deixo meus sentimentos aos familiares e amigos. Que Deus os conforte neste momento de dor”, declarou.
O vice-presidente Geraldo Alckmin prestou condolências a amigos e familiares de Juliana. “Que a alegria de viver de Juliana fique como a lembrança mais forte de sua existência”, disse.
Fonte: https://g1.globo.com – Por Filipe Matoso, GloboNews – Brasília
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade
2 Comentários
Embora ela tivesse muita alegria em viver e empolgada com essas viagens deveria ter tido cuidado, ainda mais nesses países. Descanse em paz!
Morte de Juliana na Indonésia: frio, fome, o que acontece com o corpo após dias de privação?
Privação de comida e água
Calcula-se que, em média, o corpo humano consiga sobreviver semanas sem comida, mas a maioria das pessoas só permanece viva de 2 a 4 dias sem água. Não existem estudos científicos sobre o assunto, pois seria antiético submeter pessoas a estas condições. A maioria das pesquisas nessa área envolve estudos de caso de pessoas em situações de sobrevivência de emergência.
O tempo que se sobrevive sem comida depende de uma variedade de fatores, incluindo o sexo, a composição corporal, a última coisa que foi ingerida e o ambiente. Por exemplo, pessoas com mais reservas de gordura podem sobreviver por mais tempo, pois o corpo pode queimar a gordura armazenada como combustível em momentos de fome extrema.
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Pesquisas sobre greves de fome e jejum voluntário examinaram casos em que as pessoas tinham água, mas não tinham comida. Em três casos, as pessoas passaram 28, 36 e 38 dias sem comer, antes de ficarem doentes demais para continuar com as greves. Em outros casos, aqueles em greve de fome morreram após 45 a 61 dias sem comida.
Em geral, indivíduos saudáveis e magros experimentam graves efeitos de fome quando perdem 18% de seu peso corporal ou atingem um índice de massa corporal inferior a 16,5, considerado gravemente abaixo do peso.
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Em geral, as mulheres podem suportar a fome por mais tempo do que os homens e sobreviver com um IMC mais baixo. Isso pode ser devido ao fato de que as mulheres naturalmente têm uma porcentagem maior de gordura corporal, mas também porque seus corpos tendem a usar gordura em vez de músculo magro para obter energia durante os períodos de fome.
Quanto a água, o tempo é menor. Estima-se que as pessoas só possam sobreviver de 2 a 4 dias sem se hidratar. Em 1944, dois cientistas se abstiveram de beber água enquanto comiam uma dieta seca que continha todos os nutrientes necessários. Um durou 3 dias e o outro durou 4 antes de terem que interromper o experimento.
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Embora o corpo possa quebrar a gordura para usar como fonte de energia no lugar a alimentação através da cetose, não há processo interno para compensar a falta de hidratação. Poucas horas depois de não beber, você pode começar a sentir sintomas de desidratação, como sede, tontura, pele seca, confusão mental, aceleração dos batimentos cardíacos e falência do fígado.
Hipotermia
A hipotermia ocorre quando a temperatura corporal fica perigosamente baixa. Em locais de altas altitudes, como o Monte Rinjani, onde faz frio, o organismo perde mais calor do que o que consegue produzir. O vento contribui para a perda de calor, assim como quando uma pessoa se senta numa superfície fria ou está imersa em água.
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De acordo com o Manual MSD, as pessoas com maior risco de hipotermia são as que ficam imóveis num ambiente frio. Devido a imobilidade, o corpo gera menos calor. Por isso, o risco é maior de sofrer hipotermia mesmo que a temperatura circundante não esteja excessivamente baixa (cerca de 13 a 16 °C).
Baixa disponibilidade de oxigênio
Em pontos de altitudes elevadas, a disponibilidade do oxigênio é menor. Por isso, é possível desenvolver a doença da altitude, que causa sintomas como fadiga, sintomas gastrointestinais e tontura persistente.
Fonte: https://oglobo.globo.com