A dona de casa Silvânia da Silva, que denunciou adoção irregular dos cinco filhos voltou mais aliviada após ter sido ouvida na terça-feira (30), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas, em Brasília, juntamente com o atual juiz de Monte Santo, um promotor público e uma advogada do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca). O caso foi denunciado no Fantástico pelo repórter José Raimundo.
Os pais biológicos estão ansiosos para que o atual juiz do município suspensa a guarda provisória e que as crianças retornem para casa, mas, segundo o magistrado, isso deverá ser feito aos poucos porque as crianças precisam de um acompanhamento social e psicológico para avaliar de que forma o retorno pode ser feito sem traumas. Enquanto os resultados do estudo são esperados, Silvânia fala da esperança de que tudo seja resolvido. “Tô com muita esperança que eles todos voltem paa mim de novo. Para o Natal, presente de Natal”, diz a mãe.
Investigações
Segundo reportagem do BATV, da TV Bahia, após reunião da CPI, o CNJ solicitou a quebra do sigilo bancário das quatro famílias do interior paulista, para onde as crianças foram enviadas. Segundo o Cedeca, o juiz baiano Vítor Manoel Xavier Bezerra, que concedeu a guarda dos menores no processo com supostas irregularidades, também poderá ter seu sigilo bancário quebrado, por determinação do Conselho.
“Vai ficar a cargo do CNJ, que pode fazer essa investigação para que a gente possa saber se a decisão dele foi motivada por uma questão financeira”, diz Isabela Costa Pinto, advogada do Cedeca. O juiz Vitor Manoel Xavier Bizerra trabalha hoje na cidade baiana de Barra. Ele foi convidado para participar da CPI, mas não compareceu. A ausência foi discutida na noite desta quarta, em uma nova reunião da CPI com a presença dos membros da Comissão e do presidente do Conselho Nacional de Justiça, Ministro Carlos Ayres. A CPI estuda uma forma de fazer com que o magistrado compareça para esclarecer o caso. (Veja mais no G1/BA)