Uma gestante em trabalho de parto, em Feira de Santana, cidade localizada há 100 quilômetros de Salvador, teve que aguardar quase 12 horas para conseguir vaga em uma maternidade, nesta terça-feira (13).
A dona de casa Luane Silva começou a sentir as dores do parto às 7h da manhã, e primeiro buscou atendimento na maternidade do Hospital Clériston Andrade, onde foi informada da falta de vagas. No Hospital da Mulher, ela também não foi atendida pelo mesmo motivo. Ela então seguiu para a Mater Dei.
“Rodamos Feira de Santana toda, atrás de uma maternidade. A bolsa estrourou desde às 7h e até agora nada”, afirmou Luane.
Depois de aguardar cinco horas por atendimento na Mater Dei, a dona de casa foi encaminhada novamente, no fim da tarde, para o Hospital Clériston Andrade, com indicação de parto cesária. Por volta das 19h, ela conseguiu ser internada para ter o bebê.
A falta de vagas em maternidades tem afetado várias gestantes em Feira de Santana. De acordo com o diretor médico do Clériston Andrade, a maternidade tem apenas 28 vagas para gestantes de alto risco, e todas estão ocupadas.
“Nós vivemos superlotados porque temos poucos leitos e trabalhamos com alto risco, o que demora mais. As pacientes de alto risco têm um leito/dia de maior permanência”, afirma Alexandre Dumas.
No Hospital da Mulher, cinco mulheres grávidas voltaram sem atendimento só na manhã desta terça. A unidade, que normalmente realiza em média 30 partos diariamente, suspendeu o atendimento a gestantes com risco de cesariana. De acordo com a direção do hospital, a decisão foi tomada porque todas 15 vagas da UTI neonatal estão ocupadas.
A presidente da fundação que administra o Hospital diz que não tem previsão de quando a situação irá normalizar. “A gente já encaminhou todos os relatórios necessários atualizados para a Central de Regulação”, explicou Gilberte Lucas.