Polêmica: Rui Costa irritou deputados e acelerou derrota do governo, diz site

Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estava fora do país e o ministro Fernando Haddad (Fazenda) de férias, coube ao chefe da Casa Civil, Rui Costa, a missão de negociar com líderes da Câmara para tentar evitar a derrubada do decreto que restabelecia o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). No entanto, em vez de costurar um acordo, a postura de Costa acabou acelerando a derrota do governo e aumentando a tensão entre o Executivo e o Congresso.

Foto: José Cruz/Arquivo/Agência Brasil
Foto: José Cruz/Arquivo/Agência Brasil

O tom acusatório que irritou os deputados

Segundo informações do site Radar (Veja), Rui Costa adotou um discurso duro durante a reunião com parlamentares, responsabilizando o Congresso pelo descontrole fiscal. Ele citou medidas como a desoneração de setores, o piso da enfermagem e mudanças na Previdência como fatores que agravaram o rombo nas contas públicas.

O problema é que muitas dessas medidas foram apoiadas ou propostas pelo próprio PT, o que deixou os deputados ainda mais irritados. Parlamentares relataram que esperavam mais humildade e diálogo por parte do governo, mas saíram da reunião com a sensação de que estavam sendo culpados por problemas que não criaram sozinhos.

Falta de articulação e sarcasmo de líderes

A ausência de Rui Costa em reuniões anteriores também foi alvo de críticas. Isnaldo Bulhões (MDB), líder do partido na Câmara, fez um comentário sarcástico sobre o ministro:

“Finalmente o chefe da Casa Civil decidiu aparecer”, teria dito Bulhões, em tom irônico.

Outros deputados lembraram que Costa não participou da reunião decisiva sobre o IOF realizada dias antes, o que demonstrou uma falta de prioridade no tema.

Resultado: Derrota esmagadora na Câmara

O tom confrontador de Rui Costa, longe de convencer os parlamentares, fortaleceu o movimento contrário ao decreto. Horas depois da reunião tensa, a Câmara aprovou, por 346 votos a favor, o texto que acelera a derrubada da medida do governo.

A ampla maioria dos votos evidenciou o desgaste político da gestão Lula na articulação com o Legislativo. Enquanto o Planalto tentava culpar o Congresso, os deputados responderam com unidade e rejeição à medida.

O que isso significa para o governo?

A derrota no Congresso mostra que a estratégia de comunicação e negociação do governo precisa mudar. Se, por um lado, o PT e aliados tentam responsabilizar o Legislativo pela crise fiscal, por outro, os parlamentares não estão dispostos a aceitar críticas sem contrapartidas ou diálogo.

Com Haddad ausente e Lula em viagem internacional, a articulação política ficou fragilizada. Agora, o governo precisa reavaliar sua abordagem para evitar novas derrotas e garantir que suas pautas avancem no Congresso.

Enquanto isso, a polêmica envolvendo Rui Costa deixa claro que, no jogo político, tom e timing são tudo – e, desta vez, o governo errou em ambos.

E você, o que acha da postura de Rui Costa na negociação? O governo deveria mudar sua estratégia com o Congresso? Deixe sua opinião nos comentários!