O rio Jordão “aquele que desce”, está localizado em um vale que constitui um fenômeno único no mundo. Na sua fonte, no pé do monte Hermom, ele está a 563m acima do nível do mar e quando deságua no mar morto atinge 392m abaixo do nível do mar.
E realmente, para se aproximar de Deus, muitas vezes é preciso trilhar pelo difícil caminho da descida e humilhação. Se Naamã não deixasse o seu orgulho, a sua autopercepção de altivez, ele não teria alcançado a misericórdia.
Mas ele abre mão de tudo o que era, e passa a cumprir o mandamento divino, se submetendo ao batismo da humildade e do quebrantamento, que por sete vezes simbolizava virtudes espirituais que devem estar presentes na vida daqueles que desejam passar pelas águas da purificação e do Espírito de Deus.
Nos Sete Mergulhos de Naamã:
O primeiro era o mergulho do amor, pois o amor é humilde e tudo suporta, tudo crê;
O segundo era o mergulho que traz um profundo gozo que se manifesta no coração daqueles que tem o prazer de cumprir os mandamentos de Deus;
O terceiro mergulho trouxe a paz e a serenidade, pois Naamã sabia que estava debaixo da vontade e da proteção divina;
O quarto era o mergulho que exercitava a longanimidade e a benignidade, alimentados com esperança, produzida pela provação dos sete batismos nas águas do Jordão;
O quinto mergulho falava da bondade divina, que não cobrava nada para fazer o bem, antes tudo operava por graça e pela graça;
O sexto era o mergulho da fé. A fé que foi necessária para se chegar até aqui, a fé de que com apenas mais um mergulho a benção de Deus se manifestaria;
O sétimo mergulho era o da mansidão e da temperança que foram produzidas após a provação que despertou a esperança, que levou à fé, que trouxe a materialização da cura da lepra de Naamã.
“Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.” Gálatas 5:22
E estas virtudes espirituais, juntamente com a obediência à palavra de Deus, performaram um lindo milagre, Naamã foi limpo e restaurado, pôde reconhecer que não há outro Deus como o Deus de Israel.
Então desceu, e mergulhou no Jordão sete vezes, conforme a palavra do homem de Deus; e a sua carne tornou-se como a carne de um menino, e ficou purificado.” 2 Reis 5:14
E Naamã tenta agradecer a Eliseu, compensando-o com presentes caríssimos. Um talento de prata pesava 70 quilos. Ele não conhecia os meandros da graça e da misericórdia. Pensava ainda com as categorias dos deuses e dos “sacerdotes” sírios, que já haviam lhe cobrado tanto ouro e prata no passado, pelas performances dos rituais pagãos.
Mas o Deus de Abrão, Isaque e Jacó curava com as águas turvas do Jordão. Deus usa as pequenas coisas para confundir as grandes, e assim revela que é pelo seu poder e pela sua infinita bondade.
Eliseu conhecia os mistérios de Deus, sabia que o Senhor do universo, dono do ouro e da prata, não respondia ao vil metal perecível. A única riqueza que tem valor para Deus é o testemunho de um coração profundamente agradecido. Deus conhece o preço imensurável da gratidão.
E Naamã pôde experimentar dessa graça e desse perdão. Ele profundamente agradecido confessa com a sua boca que nunca mais serviria a nenhum outro Deus. O nome do Senhor foi grandemente engrandecido.
“Eis que agora sei que em toda a terra não há Deus senão em Israel;” 2 Reis 5:15
A Provação Produz Aperfeiçoamento
Muitas vezes temos entendimentos incompletos sobre o nosso Pai celeste. Temos fraquezas, vícios, maus hábitos ou algo que precisamos melhorar. E Deus nos ama mesmo assim. Mas isso não significa que Ele quer que continuemos da mesma forma errante.
E no seu muito amor por nós, Ele nos conduz por caminhos diversos, onde podemos ser provados. Mas Deus sabe até onde podemos suportar. Toda prova tem um objetivo, que é sempre nos aperfeiçoar e nos fazer crescer em fé e esperança.
Assim, não desanime. Seja qual for a sua luta, a sua prova, quantas vezes necessário for, desça, mergulhe. Muitas vezes a vitória vem pela humildade e pela obediência.
Até a próxima matéria querendo Deus.