Viúva Negra: A Yamaha RD 350 1987 com 17 mil km rodados

Em 1973, o Brasil testemunhou o lançamento de uma lenda, a icônica Yamaha RD350, também carinhosamente conhecida por Viúva Negra. Ela era uma verdadeira revolução em duas rodas. Nas suas versões iniciais da década de 70, essa máquina possuía imponentes freios a tambor e um simples disco na dianteira, componentes que se revelavam ineficientes diante da proeza da moto em atingir facilmente os 180 km/h. Acelerar essa fera era fácil, mas frear era uma verdadeira façanha, daí o tão famoso apelido.

Viúva Negra / Yamaha RD 350 1987 / Foto: Reginaldo de Campinas

Equipada com dois carburadores, o motor de dois tempos da RD entregava incríveis 55 Cv, proporcionando uma velocidade final de 199 km/h, algo notável para uma moto de modestas 350 cilindradas. Seu desempenho de 0 a 100 km/h em apenas 6 segundos e o consumo médio de 13 km/l na cidade eram números que desafiavam as expectativas.

Contudo, a verdadeira inovação tecnológica que elevava a RD350 ao patamar de lenda era o sistema YPVS (Yamaha Power Valve System), um engenhoso mecanismo de válvulas controlado eletronicamente. Este sistema, que fechava a saída do escapamento em baixas rotações para aumentar o torque, conferia à moto uma condução mais estável. No entanto, ao ultrapassar os 5 mil RPM, um segundo estágio do acelerador era acionado, proporcionando uma experiência de pilotagem verdadeiramente emocionante.

Viúva Negra / Yamaha RD 350 1987 / Foto: Reginaldo de Campinas

Na época, a Honda CBX750F, conhecida como Sete Galo, era sua principal rival. Apesar de ter mais potência e torque, perdia nas arrancadas devido ao seu peso consideravelmente maior, além do preço mais elevado, qualquer fã de moto na época sabe que apesar da fama da Sete Galo, com a Viúva Negra não tinha jogo, não tinha como desafiá-la.

Nos dias atuais a Yamaha RD 350 transcende sua função como moto, tornou-se um mito e uma raridade. Muitos aspiram possuir essa moto não apenas pelo seu desempenho, mas também pela nostalgia que ela evoca da juventude. No entanto, é inegável que, hoje, a RD 350 está ultrapassada em diversos aspectos. Seu motor potente contrasta com um quadro, freios e suspensão que demandam uma atenção e habilidade excepcionais do piloto. Por essa razão, a moto foi carinhosamente apelidada de “Viúva Negra”, uma alusão à aranha venenosa, representando a perigosa combinação entre poder e desafio que ela oferece.

Viúva Negra / Yamaha RD 350 1987 / Foto: Reginaldo de Campinas

Recentemente, uma postagem do renomado caçador de raridades automotivas, Reginaldo de Campinas, agitou as redes sociais ao revelar sua mais recente descoberta: uma Yamaha RD 350 do ano de 1987, ostentando incríveis 17 mil quilômetros rodados.

A Yamaha RD 350, conhecida por sua natureza vigorosa e arrojada, permanece imaculada, mantendo-se em um estado digno de um veículo recém-saído da fábrica, mesmo após mais de 35 anos de uso. Esta motocicleta é verdadeiramente uma sobrevivente, desafiando o tempo e resistindo com bravura ao desgaste natural, mantendo seu esplendor no ano de 2023.

Viúva Negra / Yamaha RD 350 1987 / Foto: Reginaldo de Campinas

As imagens compartilhadas nesta publicação são testemunhas do estado de perfeição inquestionável da Yamaha RD 350. Cada detalhe reflete não apenas a qualidade de fabricação da época, mas também o cuidado excepcional e a dedicação do proprietário ao longo dos anos. A pintura reluzente, os cromados imaculados e os componentes mecânicos em pleno funcionamento atestam a maestria de design e a durabilidade desta icônica moto.

Viúva Negra / Yamaha RD 350 1987 / Foto: Reginaldo de Campinas

É fascinante observar como esta Yamaha RD 350, com seu marcante desempenho e estética atemporal, continua a cativar entusiastas e colecionadores, transcendo as barreiras do tempo. A postagem de Reginaldo de Campinas não apenas destaca a raridade da motocicleta, mas também serve como um tributo à engenharia excepcional e à paixão duradoura que permeiam o mundo das raridades automotivas.

Viúva Negra / Yamaha RD 350 1987 / Foto: Reginaldo de Campinas
Gabriel Araújo: Jornalista, produtor de conteúdo digital, especialista em servidores Linux e Wordpress. Escreve sobre Carros, política, Esportes, Economia, Tecnologia, Ciência e Energias Renováveis.