“Em qualquer lugar do mundo, quanto mais educada e informada é a população de um país, menos pobreza existe. Conhecendo os seus direitos, as pessoas cobram, exigem, gritam, pressionam. Debatem e discordam. Encontram soluções.”
(em: Como não ser enganado nas eleições, Gilberto Dimenstein)
Estamos vivendo em um momento de violência sem limites aqui no Brasil. Parece até que a barbárie brasileira não tem fim. Já não existe um lugar seguro, pois em qualquer lugar que vamos, sempre ouvimos falar de histórias relacionadas à violência. Existe em todo o território brasileiro uma sensação de insegurança generalizada em todos os aspectos da sociedade.
Nunca se matou com tanta facilidade em assaltos. Nunca se apertou tantos gatilhos com tanta facilidade. A vida nas cidades e, também, no interior é de uma violência que não dá para acreditar.
A saúde é uma violência contra o usuário. A educação violenta, pela sua baixa qualidade, o natural anseio de ascensão social. A existência de moradias em zonas de risco, também, é outra violência.
Enfim, acumulam-se violência em todas as áreas da vida. A explosão do consumo de drogas exacerbou, por sua vez, a violência da criminalidade comum. Neste contexto, infelizmente, não existem mais ninguém inocente. Existem, sim, delinquentes e vítimas e, sem dúvida nenhuma, a eterna incompetência do poder público.
Já foi dito e escrito muitas vezes por aí, essas semanas, que o fenômeno da violência é tão antigo quanto o ser humano. De certo que todos estão com a razão, mas precisamos nos esforçar para acabar de vez, ou pelo menos amenizar, esta situação que está aí.
Acredito que a falta de uma educação de qualidade, certamente, implica em uma sociedade mais violenta, pois a educação é um dos pilares de sustentação para que a violência seja destituída. A verdadeira Educação desenvolve o potencial do individuo, apura o seu modo de viver, distancia-o da barbárie, desenvolve sua inteligência e a capacidade de criar, criticar, participar. Faz do homem um ser consciente e mais próximo de sua humanidade.
Devemos levar em conta que este não é o único fator predominante da violência, pois um dos que a implica, também, é a falta de punição para os culpados por crimes cometidos.
Uma punição em todos os âmbitos, não somente para aqueles que não tenham condições de pagar um advogado, mas para todos que cometerem qualquer tipo de delito. Os exemplos precisam vir de cima, ou seja, das camadas mais abastadas da população. Os crimes de colarinho branco e os outros delitos cometidos por quem quer que seja. A lei deve ser igual para todos, não somente para quem não possuem recursos.
Mas se anos de escolaridades contassem em algo neste aspecto, não teríamos tantos casos de violência ocorrendo nas camadas mais abastadas da sociedade.
Como exemplo temos os casos dos assassinos da atriz Daniella Perez, morta em dezembro de 1992, a jovem Suzane Richthofen que matou os pais em 2002 e o estudante de medicina Leonardo Meira que matou algumas pessoas em um shopping de São Paulo, sem deixar de citar o caso surpreendente dos jovens de classe média alta que atearam fogo em um índio na cidade de Brasília anos atrás.
Esses são exemplos de que ser rico ou não, estudar em escola pública ou privada, não está diretamente ligado com a violência em nosso país.
Mas é certo que aqueles que não tiveram uma escolaridade e os mais pobres são os que estão mais expostos a riscos de eventos relacionados à violência.
É assustador o número de crianças que são mortas ou envolvidas em crimes. A violência com as próprias mãos já entrou na pauta do dia. Desde que uma jornalista vez um desabafo em um editorial de um jornal de veiculação nacional.
Ônibus queimados todos os dias em São Paulo. A capital registrou o 43° ônibus queimado somente esta semana. O equivalente, só este ano de 2014, há um ônibus queimado por dia. O estado de descontrole no estado do Piauí onde ônibus incendiado vitimou uma criança de sete (7) anos e presos transformaram uma prisão em um filme de terror. Passando pela violência desenfreada nos estádios de futebol e até nas passeadas de ruas com a ação dos Black Blocs (essas passeatas de rua são um caso a parte, principalmente depois da morte do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade), onde deveria reinar a pacificação e a paz.
Sem dúvida, é necessário investir muito mais em educação e em segurança, fazendo com que a população tenha o privilégio de usufruí-las.
No entanto, não basta apenas isto para resolver o problema dessa violência sem limites. A conscientização de todos tem que ser ativada para que possamos viver em harmonia e, por fim, em paz.
É necessário existir punição severa para aqueles que cometem delitos de qualquer ordem ou natureza, pois assim, será a única forma de impor algum respeito. Uma dessas punições seria uma prisão de segurança máxima sem regalias, por exemplo, com trabalho para os presos, educação e, claro, a saúde e segurança dos presos preservada. Assim, não deixando de lado os direitos humanos e, em contra partida, os culpados teriam uma punição justa.
Só a ação integrada de diversos setores pode minimizar o quadro trágico da violência, que nos joga no Terceiro Mundo, com índices de criminalidade superados, na América, apenas pela Colômbia.
Quando existe o fator punição, acredito que as pessoas pensarão melhor antes de cometem qualquer tipo de delito.
Marcelio Oliveira (Para o Portaldenoticias.net)
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