COLUNA DO AGENOR- ARTIGO – CONGRESSO: A GALINHA DOS OVOS DE OURO.

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ARTIGO – CONGRESSO: A GALINHA DOS OVOS DE OURO

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Semanalmente, são muitos os comentários que um colunista recebe, seja diretamente no

Blog, por e-mails ou redes sociais. Uns opinam com inteligência e com pertinência tanto

sobre o próprio texto como sobre a realidade nacional, externando críticas com respeitável

equilíbrio, não importa se de direita, centro ou esquerda…! Pena que alguns percam a

oportunidade de expor boas ideias no link “Comentários” dessa Tribuna Democrática que é

esse Blog e o utilizem de forma muitas vezes grosseira e sectária.

É preciso ressaltar que, obviamente, tenho pensamento político às vezes divergente de

alguns, mas não posição partidária. Assim, sinto-me livre e plenamente à vontade – e já o

fiz em várias crônicas – para exteriorizar as análises de acordo com o cenário político em

curso, com coerência e independência. O tema de hoje é resultado, inclusive, da feliz

sugestão de uma simpática leitora, diante da disposição da Câmara de Deputados na

aprovação da PEC-241, em 1º. turno, visando a fixação do Teto de Despesas

Orçamentárias do Governo Federal, após um delicioso “regabofe”. Entendo que é

incontestável que tem de haver um limite e Controle para os gastos públicos, mas é a pura

verdade o que afirmou Elio Gaspari, articulista da Folha: “O que contém gastos é a

decisão de não gastar. Se lei equilibrasse Orçamento, a da Responsabilidade Fiscal

teria impedido as pedaladas petistas”.

Essa PEC tem ainda um longo caminho a percorrer (2º. Turno na Câmara e 2 turnos no

Senado), mas tem outras que precisam, igualmente, de que se definam urgências e

prioridades. Por exemplo, circula nas redes sociais uma Petição virtual visando apoio da

população à PEC-106/2015, do Senador Jorge Viana (PT) e outros, a qual já subscrevi,

que visa a redução no tamanho desse Congresso Nacional, atualmente com 594

Parlamentares (de 81 para 54 Senadores, e de 513 para 386 Deputados), esse sim, um

“gigante pela própria natureza”, que vive de boca aberta abocanhando tudo para si

próprio! O que irrita a todos não é somente o seu tamanho numérico, mas a anormalidade

de tantos privilégios especiais e exclusivas vantagens sociais, trabalhistas e financeiras,

únicos no mundo, e que nem de longe se assemelham aos direitos e benefícios que eles

mesmos aprovam para qualquer segmento da população ativa ou de aposentados do

Brasil.

Vou fazer uma breve reflexão e começo com uma pergunta: o Congresso Nacional é gestor

de algum tipo de produção econômica que lhe assegure Receita própria para cobrir as

suas Despesas ou depende do repasse do outro Poder, que é o Executivo? Ora, se esse

Poder Executivo que é o gerador da Receita Global tem de ter um TETO máximo para as

despesas oficiais de toda a Administração Pública Nacional, é inadmissível que o Poder

Legislativo, que nada arrecada, seja livre para criar leis que valem para controlar os outros

e ele próprio deslize soberano sobre um oceano de benesses de toda espécie. Por

exemplo: a) Legislar em causa própria, às vezes com decisões nas caladas da noite,

principalmente para aumentar os próprios salários; b) Aposentadoria para Senadores após

8 anos de mandato e Plano de Saúde ilimitado, sem qualquer custo; c) Os Deputados

Federais, pagam pelo seu Plano, também ilimitado, apenas uma taxa simbólica de R$

249,00; d) Mesmo tendo o mandato Cassado ou não se reelejam, os Parlamentares

continuam com direito ao Plano de Saúde!

Tem mais: O nosso Parlamento, num país de Terceiro Mundo, é o de custo médio/ano mais

elevado do Planeta para cada Parlamentar: 10 milhões de reais! Cada Senador tem um

custo/ano de 33 milhões de reais e cada Deputado Federal custa 6 milhões e 600 mil reais;

um minuto de cada Parlamentar custa 11.545 reais! Enquanto cada brasileiro trabalha 221

dias/ano, o nosso Parlamentar só trabalha 120 dias! Este é ou não é o País das

Maravilhas!

Que aos termos da PEC 106/2015, que reduz o número de Parlamentares (Deputados e

Senadores), seja incluída uma urgente varredura em toda essa excrescência que se pratica

no Congresso Nacional, enquadrando salários, vantagens e direitos em limites que

signifiquem um mínimo de VERGONHA e RESPEITO ao povo brasileiro. Ao invés de punir

unicamente a sociedade e os seus trabalhadores com TETOS e AJUSTES duros, que

olhem antes para o próprio rabo ou, respeitosamente, parem de olhar para o dessa

GALINHA DOS OVOS DE OURO!

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AUTOR: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle,

Monitoramento e Avaliação no Setor Público (Salvador-BA).