EDITORIAL ANO II NUMERO 73 – ESTRANHOS NO NINHO.

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EDITORIAL ANO II NUMERO 73 – ESTRANHOS NO NINHO

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Até alguns dias atrás, qualquer bate-papo envolvendo uma discussão sobre os nomes dos prováveis pré-candidatos à Presidência da República, era necessário recorrer ao Google para nominá-los, visto o elevado número daqueles que sinalizavam o interesse no cargo. Não precisava ser um analista político de porte para se antecipar a previsão indicada pela lógica de que a evasão também não demoraria muito a ocorrer, principalmente se aplicarmos a analogia do que disse Cristo em uma de suas importantes parábolas: “Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos” (Mateus 22:14). Ou seja, está mais que bem explicado através dessa parábola, que a escolha passará numa peneira bem apertada onde até um grão de areia é difícil de passar… Quanto mais, quanto mais…!!!

O cansaço do eleitorado e o esgotamento da sua paciência diante da impureza moral que permeia o perfil da maioria dos pretendentes, induzia ao surgimento óbvio do desejo de votar em algo novo e que despertasse a esperança adormecida de todo o eleitorado por melhores dias.

Dos muitos nomes anunciados pela imprensa, alguns até provocam risos pelo despreparo para a estatura do cargo, como o Luciano Huck, Eymael, Fidelix, Guilherme Boulos, Cabo Daciolo, Beto Albuquerque, Dr. Ney, Vera Lúcia, Manuela D’Ávila, Aldo Rebelo, e João Vicente Goulart; outros, profissionais da política com algum tipo de restrição ou investigados pela Lava-Jato, mas que insistem em não acreditar que a Justiça os impedirá de oficializar a candidatura, como: o Lula (já condenado), Geraldo Alckmin, Fernando Collor, Rodrigo Maia (investigados), e o próprio atual Presidente Temer, pretendente, mesmo que com 70% de rejeição e apenas 6% de aprovação; outros mais, sem restrições conhecidas, mas nomes pouco palatáveis para o cargo, por alguns motivos ou posturas assumidas, como Henrique Meireles (presidente do Banco Central com Lula, e ex-Ministro de Dilma e Temer), Marina Silva e Ciro Gomes (uma, mansa demais, e o outro, briguento além da conta, e já candidatos nas anteriores) e Jair Bolsonaro (odioso em excesso); e no contexto dos 26 nomes anunciados, alguns poderiam até escapar, como: Cristóvam Buarque e Álvaro Dias (Senadores), João Amoêdo e Flávio Rocha (empresários), Paulo Rabelo (Presidente do BNDES) e Joaquim Barbosa (ex-Ministro do STF). Ainda que tenham qualidades e não sejam portadores das muitas chagas negativas impregnadas no perfil dos demais – pelo que se sabe até aqui! -, com certeza nas articulações políticas são considerados ESTRANHOS NO NINHO! E não tem outra maneira para assim classificá-los, pois, são todos estranhos…

Tenho a convicção de que muitos desses nomes não passam de mero ensaio no universo das possíveis candidaturas e assim não sobreviverão por muito tempo. Aqueles envolvidos em denúncias de corrupção e que querem fazer com o eleitor aquele jogo do “faz de conta que não é verdade”, terão o tratamento devido nas urnas.

Nesse espaço político preenchido por profissionais de sucessivos mandatos e com a tradição de eleitos de pai para filhos e netos, infelizmente não há lugar para amadores e neófitos, ainda que portadores de conhecimento e experiência de vários matizes, visto a dificuldade em que se debatem de ler na mesma cartilha das velhas raposas. E isso é mais que fato, estampado em todos os jornais lidos e vistos, e dali retiradas as conclusões por quem tem noção e visão da política correta.

Com a proximidade da data de registro dos candidatos ao pleito presidencial, em 15 de agosto de 2018, já começaram as esperadas defecções daqueles mais inseguros com as perspectivas de êxito no projeto inicialmente sonhado. Assim é que o Luciano Huck e o Joaquim Barbosa já jogaram a toalha e desistiram alegando motivos de ordem pessoal. Quanto ao ex-Ministro Barbosa é difícil entender como acalentou esse sonho desde que aposentou do Superior Tribunal Federal, e alimentou essa expectativa popular de que, finalmente, no futuro governo poderia ter alguém sério e de conduta irrepreensível, mas gerou uma grande e inesperada decepção.

O cenário que se desenha na direção das eleições de outubro, é triste dizer, oferece poucas possibilidades de efetiva mudança, uma vez que aqueles nomes imaginados com as qualidades de integridade para ocupar os cargos elegíveis para o Executivo e o Legislativo não se afinam neste grande e fechado condomínio, e para o qual não passam mesmo de ESTRANHOS NO NINHO!

 

 

 

 

 

 

Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – Aposentado do Banco do Brasil – Salvador – BA.

 

Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 13/05/2018

Colaboração e complementos de:

 

Comentários

5 Comments on EDITORIAL ANO II NUMERO 73 – ESTRANHOS NO NINHO

  1. Florisvaldo Ferreira dos Santos // 13 de Maio de 2018 em 09:34 // Responder

    Bom dia Agenor!

    O titulo e a foto ilustrativa, caracteriza muitos bem o cenário politico nacional em que estamos presenciando.

    Como o prazo para registro das candidaturas oficiais se aproximam, devemos ficar atentos, pois outros postulantes irão se aventurar, da mesma forma que alguns dos que já se declararam pré-candidatos, abandonarão o barco mesmo antes de oficializar.
    Para melhor compreensão do titulo escolhido pelo autor, convido do o leitor para assistir este pequeno vídeo que tem duração apenas de 03h55min minutos: https://www.youtube.com/watch?v=9VP0DvZpEwE

    Florisvaldo F dos Santos

  2. CARLOS OLIMPIO // 13 de Maio de 2018 em 10:54 // Responder

    Parabéns por mais um artigo de elevado teor e relevância, principalmente, no que concerne à atual situação política, e dos candidatos que almejam ocupar a tão desgastada e vilipendiada presidência da república! Infelizmente a política e os políticos, encontram-se na UTI, sofrendo de uma patologia que não só atinge o corpo, mas o espírito! São homens desprovidos de anticorpos…tais como: dignidade, moralidade, honestidade e caráter, raros são aqueles que as possuem! Está se tornando um martírio para nós eleitores, a difícil missão de escolhermos e votarmos, em um HOMEM que, de fato, possa nos representar e que seja capaz de construir um país mais justo e digno para todos os brasileiros. (Uauá-BA).

  3. HENRIQUE TADEU // 13 de Maio de 2018 em 10:55 // Responder

    Está realmente muito difícil achar alguém em quem votar. (Salvador-BA).

  4. JOSÉ BEZERRA // 13 de Maio de 2018 em 10:57 // Responder

    Meu caro amigo e caneta de ouro, Agenor. Parabéns. Comungo, na íntegra, com o seu rico e abalizado pensamento. Nota 10, com louvor. Forte abraço. (Salvador-BA).

  5. FLÁVIO MENDONÇA.’. // 13 de Maio de 2018 em 10:59 // Responder

    Mais uma vez você trás à tona um insofismável cenário dos “ESTRANHOS NO NINHO”. Se a paciência é uma virtude do homem, o abuso do poder contra essa paciência é uma arbitrariedade que existe contra o povo. Na verdade, o povo, numa expressiva maioria em nosso país, lamentavelmente, além de votar errado, negocia o voto, troca por favores efêmeros, barganha privilégios sem ética e favorece candidatos corruptos, sem escrúpulos, incompetentes, sob alegação ou o escudo da amizade íntima e do parentesco.
    São princípios latentes que somado aos candidatos “ESTRANHOS NO NINHO”, infelizmente, evidencia uma sensação de impotência para mudar o norteamento e destino do nosso País. Por esse motivo, será importante uma reflexão profunda no sentido de invocarmos a Deus a sabedoria para votar certo nessa próxima eleição.
    São princípios latentes que somado aos candidatos “ESTRANHOS NO NINHO”, infelizmente, evidencia uma sensação de impotência para mudar o norteamento e destino do nosso País. Por esse motivo, será importante uma reflexão profunda no sentido de invocarmos a Deus a sabedoria para votar certo nessa próxima eleição. (Manaus-AM).