EDITORIAL ANO IX NÚMERO 343 – DE VOLTA À IDADE DA PEDRA? 

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Agenor Pedra

Quando se pensa ou afirma que alguém está vivendo na Idade da Pedra ou período Paleolítico, o pensamento está convergindo sempre na direção do conceito de atraso, brutalidade, violência, desumanidade, entre outras carências obviamente existentes numa geração que apenas iniciava o seu ciclo. No começo de tudo, pouco a pouco o homem foi encontrando os meios de como sobreviver, inicialmente descobrindo a utilidade da pedra para transformá-la em um instrumento cortante, como a faca e o facão, bem como se vestiam usando sobre o corpo o pelo dos animais abatidos para se alimentar.

Num sinal de evidente progresso, entre 1,8 milhões e 300 mil anos atrás, “o Homo Erectus, um ser com o raciocínio mais evoluído, descobriu que se fizesse fricção entre duas pedras, esfregando uma na outra, ele conseguia produzir uma faísca, que se colocada em algum lugar de fácil combustão, pegaria fogo normalmente. Assim, ele não precisava mais esperar que o raio caísse em alguma árvore para obter fogo”. Daí o nome dado àquele tempo como IDADE DA PEDRA. E aí podemos dizer que as trevas imperavam por noites sem fim…

Hoje, em meio a tantos avanços tecnológicos fantásticos, o homem criou o Drone como um extraordinário equipamento de diversão, mas, este já foi transformado numa arma de guerra, não pilotada, de grande impacto. Já há, inclusive, o projeto de usá-lo como um taxi aéreo para o rápido deslocamento urbano nas cidades! Pelo jeito, está bem perto…

O mundo há muito está envolvido em turbulências econômicas e políticas, algumas com gravidade preocupante e que tiram o sono dos estadistas. Ao tempo em que os noticiários mostram imagens da guerra Rússia x Ucrânia, e dos conflitos no mundo árabe, outras retratam os furacões que destroem cidades, enchentes que transformam a vida das pessoas causando um sentimento de dor e lamentação aos que assistem, diariamente, a tanto sofrimento.

É grande a perplexidade geral, ante a narrativa de tantas tragédias que acontecem no noticiário do dia a dia. A população do Planeta Terra cresceu espantosamente e a ONU estima que até o final do ano chegará a 8 bilhões de pessoas. Atingimos um extraordinário grau de desenvolvimento tecnológico, econômico e cultural, que é impossível conceber o volume de crimes de morte que vem ocorrendo no Brasil e no Mundo à fora.

As escolas que se constituíam no berço da cultura e da formação moral, transformaram-se em palco de crimes coletivos hediondos, onde crianças que buscam o saber encontram a morte estúpida. Famílias que se formaram sob o juramento eterno, vem sendo destruídas pelos crimes de feminicídios, provocados por ciúmes insanos e descontrolados de maridos que matam a mulher e filhos. Pelas ruas, crimes banais acontecem decorrentes de idiotas discussões de trânsito. No passado pré-histórico, se tudo isso acontecia, motivos até existiam. E agora, qual a razão de tanta selvageria? Nenhuma, apenas, insanidades sem controle, é o mínimo que podemos dizer.

A violência contra a criança e a mulher, virou algo banalizado na sociedade, estimulada pela impunidade que campeia. As batalhas entre torcidas nos estádios e nas ruas, onde as armas são pedras, barras de ferro e paus, desqualificam o verdadeiro sentido do esporte. O racismo desumano fere todos os princípios de civilidade de um povo. Ou seja, esse total caos humano foi a razão que inspirou esse Artigo.

Tudo isso macula a boa educação de um povo, negando os valores de uma formação cultural conquistada duramente desde os tempos das cavernas, em cujas paredes de pedra se iniciou o aprendizado da escrita, tendo como tinta o sangue dos animais caçados para a própria sobrevivência.

Surpreende a existência de tanta baixaria e violência que negam o processo civilizatório de milhares de gerações até os dias atuais. Considerar esses indivíduos com comportamentos “primitivos” ou da “idade da pedra”, significa dizer que eles “estão vivendo em algum estágio anterior do desenvolvimento humano. […] E denota uso irracional de recursos e ausência de padrões intelectual e moral de sociedades humanas civilizadas” ( www.eusemfronteiras.com.br/ ).

Sem qualquer desrespeito à memória daqueles que deram os primeiros passos para a caminhada das civilizações futuras, será que estamos caminhando no sentido DE VOLTA À IDADE DA PEDRA?

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Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – Aposentado do Banco do Brasil – Salvador – BA.  

Contribuição do: Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 25/06/2023

COLABORAÇÃO E COMPLEMENTOS DE: José Deusimar Loiola Gonçalves Técnico em Agropecuária (Funcionário Publico Aposentado- Extensionista do Governo do Estado de nossa linda e extennsa Bahia); Graduado em Administração de Médias e Pequenas Empresas; Licenciado em Biologia; Pós Graduado Em Gestão Educação Ambiental, e Tecnólogo em Apicultura e Meliponicultura. Zap: (75) 99998-0025 (Vivo) . Blog: https://www.portaldenoticias.net/deusimar