Seus olhos verdes na esperança de uma vida toda pautada na luta e no amor, não cabem no vazio escuro.

Não cabe do seu lado esquerdo, esse coração que já não pulsa, não cabe em uma caixa, ou caixão, o seu corpo vibrante, de batalha.

Não cabe em uma sepultura, sua história.

Suas mãos que tanto partilharam, não cabem enrijecidas sobre o peito.

Não, a morte não lhe comporta.

Você cabe apenas no lugar onde se guarda o amor.

Que não lhe vistam uma mortalha, que não lhe embalsamem, que não acreditem na sua morte, pois não morreu.

Eu não acredito.

Eu acredito apenas que você se agigantou ainda mais, tomou a dimensão das coisas que só se comportam no infinito.

Acredito apenas que tenha tensionado um fio que agora me liga às memórias mais lindas, à história que não cabe em um livro, pois, histórias como a sua, são de encantamento, se conta em noites estreladas de sertões, em dias de alegria…

Não podem amarelecer em páginas de livros.

Você não cabe entre flores que logo murcharão.

Seu jardim será infinito, seus dias serão sem mácula, sem batalhas pra vencer, sem perdas pra chorar, sem feridas pra cicatrizar, sem ausências pra esperar, sem memória pra perder…

Você agora vive plenamente, infinitivamente em mim.

 

 

 

 

 

Texto de IVAN SANTTANA – Homenagem a sua mãe, senhora: Noêmia Santana – Foto e montagem feita carinhosamente por Itala Souza.

 

 

Fonte:Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 03/05//2018

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